Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Civil de São Paulo cumpriu oito mandados de busca e apreensão na capital paulista e nas cidades de Taboão da Serra e Santana de Parnaíba. As ações fazem parte da Operação ‘Fluxo Reverso’, que investiga um esquema de fraude que resultou em um desfalque superior a R$ 10 milhões em duas empresas de telemarketing e tecnologia da Grande São Paulo.
De acordo com a polícia, seis diretores das empresas investigadas estão sendo acusados de participação no esquema, que envolvia a contratação de empresas fantasmas para operações de crédito realizadas sem autorização legal. Uma auditoria interna revelou o desfalque milionário, ocorrido entre 2021 e 2023. Durante as diligências, foram apreendidos computadores, celulares e documentos na residência dos suspeitos.
Entre os indícios apontados pela investigação, está o fato de um dos diretores, com salário de R$ 3 mil por mês, ter movimentado quase R$ 2 milhões em contas bancárias. Outro investigado teria adquirido um apartamento de luxo avaliado em R$ 2 milhões em um condomínio na Riviera de São Lourenço, litoral paulista. Os suspeitos devem responder por crimes de lavagem de dinheiro e furto qualificado. O caso está sob a responsabilidade da Delegacia de Lavagem e Ocultação de Bens.
Empresário Refuta Acusações e Defende Prestação de Serviços
Gabriel Bernardino de Camargo, empresário ligado à Fluker, uma das empresas mencionadas no esquema, se pronunciou nesta quinta-feira e refutou as acusações. Segundo ele, a Fluker atuou dentro da legalidade, prestando serviços de tecnologia em software de atendimento ao cliente para a Sercom entre junho de 2021 e maio de 2023. Ele afirma que todos os serviços contratados foram entregues e validados pelos contratantes.
Camargo mencionou que o próprio Ricardo Saad, empresário da Sercom, reconheceu a entrega dos serviços durante uma reunião presencial, com a validação de sua equipe interna de tecnologia. “A Fluker implementou 24 operações de grande porte, avaliada com alta confiabilidade e utilizada por cerca de 100 pessoas nesse período, com milhares de acessos. Refuto veementemente as acusações mentirosas das quais sou vítima e estou empenhado em comprovar a integridade do meu trabalho”, declarou Gabriel.
O advogado de Gabriel, Dr. Cristiano Medina da Rocha, também se pronunciou em defesa de seu cliente. Segundo ele, Gabriel é vítima de acusações infundadas e está sendo injustamente envolvido no caso. “Todos os serviços prestados pela Fluker foram entregues conforme os contratos estabelecidos. Não há qualquer indício de desvio de finalidade ou irregularidade por parte de meu cliente. Gabriel está colaborando com as investigações, fornecendo toda a documentação necessária para comprovar sua inocência”, afirmou o advogado.
Cristiano Medina também ressaltou que qualquer acusação contra Gabriel não reflete a realidade dos fatos, destacando que a auditoria interna, que originou as acusações, foi conduzida de maneira unilateral, sem considerar as provas que demonstram a legalidade das operações realizadas pela Fluker.