Conheça o equipamento da PM de SP que capta sinais de vida de reféns através de paredes

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Salvar vidas em ocorrências que envolvem reféns ou ameaças suicidas é a principal missão do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar de São Paulo. Além do trabalho humano desempenhado pelas equipes de negociadores, snipers e da parte tática, equipamentos de tecnologia também são importantes ferramentas para ajudar a história a ter um desfecho positivo.

Um dos aparelhos mais utilizados pelos operadores táticos do Gate é o Xaver 400, que consegue detectar sinais de vida de pessoas através de paredes e outros materiais sólidos. O equipamento da PM é manuseado quando a equipe não tem visão do ponto crítico da ocorrência, passando mais informações aos policiais sobre aquele ambiente.

O Xaver 400 funciona através de ondas de rádio de baixa frequência. Ele emite as ondas para dentro do local e recebe as vibrações em formato de imagens e gráficos. Há informações a respeito da respiração e movimentação de corpos do local, dimensão de espaço e até a altura dos móveis.

“O equipamento subsidia de informações o gerente da crise, fornecendo mais segurança e assertividade para as decisões do comandante do incidente”, disse o tenente Gabriel Ramos, comandante da equipe na Unidade de Intervenção Tática.

Intensidade do sinal

Quanto mais forte a intensidade do sinal emitido pelo equipamento da PM, maiores são as chances de ter pessoas vivas no local. Quanto menor o sinal, maior é a probabilidade de a vítima estar desmaiada e em perigo iminente de vida.

“O aparelho não confirma que a pessoa está morta. Nós vamos atuar como se ela estivesse viva. Mas ao detectar que há um risco de morte imediata, temos que tomar alguma providência, como por exemplo, invadir o local”, explicou o tenente.

A tecnologia de fabricação internacional é utilizada pelo Gate desde 2020. Nos últimos três anos, o equipamento foi utilizado em 185 ocorrências. Em 2024, foram 14 utilizações em casos envolvendo reféns, 25 em ameaças suicidas e 11 de criminosos embarricados, ou seja, quando há a localização do suspeito.

Locais de utilização

Um dos acionamentos ocorreu no caso do bebê de sete meses que era mantido refém pelo próprio pai em um apartamento no dia 8 de dezembro, na região da República, no centro de São Paulo.

“A ferramenta conseguiu identificar que a criança estava viva e isso ajudou no nosso trabalho que culminou na rendição do causador”, disse o soldado Matheus Falcão, operador da Unidade de Intervenção Tática, que participou da ação.

Todo policial de intervenção tática sabe utilizar o Xaver 400. Para manuseá-lo, é preciso obter 95% de precisão durante os treinamentos. Nas ocorrências, o policial com maior familiaridade fica com o equipamento.

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O Xaver 400 é alocado em vários pontos do ambiente para obter o maior número de detalhes possíveis. Pode ser colocado no piso, no teto ou na parede, por exemplo. Ao estabilizar o aparelho, leva cerca de 20 segundos para as ondas retornarem com precisão as informações.

“Esse equipamento é considerado uma das ferramentas mais importantes que temos aqui. Ele ajuda a proteger a vida das vítimas e também dos próprios policiais que estão em operação”, reiterou o soldado.

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