Com uma dívida de R$ 2,7 bilhões da prefeitura com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) os guarulhenses sofrem regularmente com a falta de abastecimento de água. O Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) de Guarulhos compra da companhia estadual 87% da água que é distribuída na cidade.
Com isso o débito, que se refere ao período de outubro de 1996 até o dia 31 de dezembro de 2014, tramita na Justiça sendo composto por faturas não pagas, faturas quitadas parcialmente e Termo de Acordo não cumprido na totalidade. Segundo o superintendente da autarquia, Afrânio de Paula Sobrinho, o valor em precatório é de quase R$ 1,5 bilhão, onde o Saae vem pagando mensalmente R$ 12 milhões para quitar essa dívida.
Em janeiro a Sabesp informou que havia celebrado Protocolo de Intenções com Guarulhos para elaborar estudos e avaliações visando o equacionamento das relações comerciais e das dívidas existentes.
Segundo a advogada da estatal, Juliana Vieira dos Santos, ao invés de negociar a dívida, Guarulhos queria rediscuti-la. “Foi uma má vontade política do prefeito de resolver de uma vez por todas a questão. Estávamos conseguindo avançar, mas sempre aparecia alguém colocando alguma questão política partidária que inviabilizava a finalização das negociações. Não dá pra fazer esse acordo pensando em eleição”, reclamou.
Sem chegar a um acordo a Sabesp estuda, inclusive, sanções contra o Saae. Dentre as ações está o cumprimento da legislação orçamentária, a intervenção do Ministério Público, além de outras sanções judiciais que podem inclusive levar o prefeito Sebastião Almeida a responder por improbidade administrativa.
Para o ano que vem o orçamento do Saae será de R$ 634,2 milhões, onde R$ 103,8 milhões será gasto com a aquisição de água da Sabesp.