Rodrigo França fala sobre ancestralidade na 2ª Bienal do Livro de Guarulhos

Foto: Camila Rhodes/PMG
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Se do lado de fora da 2ª Bienal do Livro de Guarulhos o vento e o frio batiam forte na noite da última quarta-feira (10), do lado de dentro o público encheu de calor o Auditório Azul durante o bate-papo com o articulador cultural, ator, diretor, dramaturgo, cineasta, escritor e artista plástico Rodrigo França. Interrompido constantemente por aplausos a cada fala assertiva, ele abordou novas narrativas sobre o respeito e a importância do conhecimento sobre sua ancestralidade.

Filósofo político e jurídico, França atua como pesquisador, consultor e professor de direitos humanos fundamentais. É ativista pelos direitos civis, sociais e políticos da população negra no Brasil. Satisfeito por fazer parte de uma família que compreende o recorte racial do Brasil, ele procura usar todo o conhecimento adquirido ao longo de sua carreira para melhorar a vida daqueles ao seu redor.

“Viajei a Benin, na África Ocidental, com minha mãe justamente para ter uma concepção de arte, filosofia e sentido real da religião. Resolvi sair da teoria e verdadeiramente me coloquei como alguém que quer melhorar o espaço onde vivo. Meu olhar é coletivo, tenho como missão melhorar o espaço em que todos vivemos”, disse.

Já no Auditório Amarelo, o escritor de literatura infantil e coordenador pedagógico Fábio Monteiro fez bate-papo e contação de histórias para jovens e adultos com o tema Ler a Si, Ler o Outro, Ler o Mundo: Leituras na Escola. Durante o encontro o escritor pernambucano conectou suas memórias e histórias de infância, as brincadeiras com seus irmãos e o convívio com os pais, o chão vermelho-cinza de sua casa e o quatro sem teto, e trouxe para os participantes experiências compartilhadas por meio da história Sertão, da editora Paulinas, obra que conquistou o Selo Altamente Recomendável da biblioteca de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Por sua vez, Tiago Guerra, mestre em história social e educação, pesquisador e historiador de Guarulhos e diretor-adjunto da Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico (AAPAH), apresentou a obra Guarulhos – Olhares sobre Trabalho e Cotidiano, escrita em parceria com o historiador Ivan Canoletto, e falou sobre a escolha do conceito de trabalho como categoria de análise para revisitar a história de Guarulhos.

Ao longo de todo o dia, durante a visitação escolar, estudantes das redes municipal, estadual e particular assistiram ao espetáculo musical Fábulas de La Fontaine. A apresentação reuniu diversas narrativas curtas sobre valiosos ensinamentos de vida para as crianças de forma lúdica e criativa, como as histórias A Galinha dos Ovos de Ouro O Lobo e o Cordeiro, entre outros clássicos da literatura infantil. Os personagens trouxeram reflexões relacionadas às ações do dia a dia presentes nas relações humanas, dentre elas momentos de avareza, generosidade e preguiça.

O musical Fábulas de La Fontaine segue na programação da 2ª Bienal do Livro de Guarulhos até este sábado (13), no Auditório Azul. Aberta ao público, a última apresentação acontece no próprio sábado às 16h e a inscrição é gratuita pelo site https://portaleducacao.guarulhos.sp.gov.br/wp_site/portalbienal/.

A 2ª Bienal do Livro de Guarulhos vai até este domingo (14), de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingo, das 10h às 20h, no Internacional Eventos, na avenida João Cavalari, 133, Vila Hermínia.

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