No período de um ano, o Sistema Cantareira mostrou recuperação considerável em seu volume armazenado, segundo dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O nível saltou de 2,2%, em 5 de janeiro do ano passado, para 45,9% nesta quinta (5), na medição que desconsidera o volume morto.
De acordo com a Sabesp, levando em conta a capacidade total do Cantareira, que incluiu o volume morto, o reservatório saltou de 31,4% há um ano para 75,2% hoje. São Paulo enfrentou nos últimos 3 anos a pior crise hídrica da sua história.
Franco Villela, meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), explica que nos anos de 2014 e 2015, as chuvas de verão estiveram muito abaixo na normalidade, o que, aliado à alta na demanda de consumo pela população, ocasionou o esgotamento do Cantareira. “Foi uma anomalia de verões secos”, disse ele.
A recuperação do volume no Cantareira em 2016 ocorreu porque as chuvas voltaram a cair dentro da normalidade e também porque a população se conscientizou. Em 2017, a previsão para a próxima semana é que as chuvas continuem a cair sobre o manancial – em sete dias está prevista a precipitação de 60 milímetros. Nos cinco primeiros dias do ano, choveu 19,2 milímetros e a média histórica para o mês é 262,6 milímetros.
No ano em que a crise começou, 2014, o Cantareira atingiu 26,7% da capacidade em 5 de janeiro. Um ano depois, caiu para 7%. Em maio de 2014, o governou paulista determinou o uso do volume morto pela primeira vez, o que acrescentou 182,5 bilhões de litros ao sistema, aumento de 18,5% na capacidade.
Em outubro de 2014, a segunda reserva técnica entrou em operação e acrescentou 105 bilhões de litros ao sistema, o equivalente a 10,7% de acréscimo.
O sistema abastece, atualmente, cerca de 7,4 milhões de pessoas. Antes do início da crise, o Cantareira garantia água para quase 9 milhões de pessoas em toda a Grande São Paulo. A estiagem e a perda acelerada de água nos reservatórios fez com que a Sabesp redirecionasse o abastecimento para outros mananciais.
Foto: Luis Moura/Folhapress