Barbeiro: profissão atravessa gerações e segue em alta

Maria Menezes

Por décadas os cuidados com a beleza foram voltados somente ao público feminino, mas esse comportamento vem se transformando com o tempo. Abrangendo a área para o público masculino, a mudança deu espaço para o crescimento contínuo das demandas dos barbeiros.

A profissão vem se expandindo e se reinventando com o surgimento de cada vez mais profissionais e estabelecimentos voltados à área. Algumas avançam o conceito do comércio e proporcionam ao homem não somente um corte de cabelo, mas um dia de beleza que se compara a um spa, além da interação, jogos e alimentação servida em parte delas. Atualmente, o ramo é uma das principais fontes de renda autônoma para homens. Além de ser, em grande parte das vezes, deixada como uma herança familiar.

Para Eduardo Pereira Alves, de 41 anos, dono da Figaro’Du Barbearia, localizada na avenida José Rangel Filho, 837, no Jardim Ponte Alta, o dom do corte surgiu através de sua mãe, que sempre cortou o cabelo da família em casa devido às dificuldades financeiras. “Desde então, fui atrás de cursos profissionalizantes e assim conheci a profissão linda que é cuidar da autoestima das pessoas”, disse.

Assim como ele, Rafael Lopes Santana, de 28 anos, dono da Barbearia San Patrício, na avenida Guarulhos 3.899, foi inserido na profissão através de sua mãe. “Ela é cabelereira, através dela veio a ideia e a vontade de procurar cursos profissionalizantes que me levaram ao exercício da profissão”, conta. 

Já para Gabriel Silva Neves, de 23 anos, proprietário da Clã Barbearia, localizada na rua Ibitiba, 119, no Jardim IV Centenário, o interesse surgiu com um incentivo do pai. “Ele fez curso profissionalizante para atuar em hospitais e trabalhos voluntários. Me colocou junto para ver o que eu achava e eu acabei gostando”, conta.

Para eles, a barbearia é uma profissão transformadora, por lidar diretamente com a autoestima pessoal de cada cliente, além de uma oportunidade financeira. Na profissão há 17 anos, Alves vê a barbearia como uma oportunidade de mudança. “Ela é a porta aberta para a oportunidade de vida em geral. Por exemplo, hoje muitos infratores aprendem a profissão dentro do sistema penitenciário para que saiam com uma visão de melhoria de vida através dela”, diz. Hoje a Figaro´Du atua também como escola de profissionalização, que já formou mais de cinco mil barbeiros.

Exercendo há quatro anos, Santana acredita que a profissão vem se expandindo e, por isso, é uma opção de sucesso para o trabalho autônomo. “A profissão é nobre e está crescendo muito nos últimos anos, principalmente por conta dos novos jeitos de pensar em relação ao trabalho”, explica. Para o futuro, o profissional pretende ampliar seu trabalho para o ramo digital, com a criação de conteúdo para redes sociais e ministrar aulas de corte no YouTube.

Neves também avalia a profissão como uma oportunidade. “Hoje em dia em cada esquina encontramos uma barbearia, sejam elas grandes ou pequenas. Então eu vejo que com a profissão se abriu uma oportunidade tanto para os mais jovens que não têm certeza do que deseja seguir quanto para os mais velhos, que desejam seguir o trabalho autônomo”, conclui. Ele planeja expandir o comércio para acompanhar a evolução do ramo da beleza.

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