Os professores e funcionários administrativos das Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Centro Paula Souza devem iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (08).
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza-Ceeteps a “decisão da categoria em entrar em greve por prazo indeterminado no início do segundo semestre é uma medida que representa a gravidade da situação que estamos enfrentando como trabalhadores da educação profissional, técnica e tecnológica pública do Estado de São Paulo. A greve é o último recurso para buscarmos a valorização que merecemos”.
A categoria tem quatro reivindicações principais:
Desvalorização salarial: “Nossa política salarial (Cruesp) vem sendo desrespeitada; ao longo dos anos, temos enfrentado uma crescente defasagem salarial, o que resulta em perdas significativas em nosso poder de compra. Os 6% de reajuste salarial anunciados pelo governo para o resto do funcionalismo não repõem nossas perdas”
Ano | Inflação (%) | Reajuste (%) |
2022 | 5,79 | 10% |
2021 | 10,06 | – |
2020 | 4,52 | – |
2019 | 4,31 | – |
2018 | 3,75 | 3,5%;7%* |
2017 | 2,95 | – |
2016 | 6,26 | – |
2015 | 10,67 | – |
2014 | 6,41 | – |
Obs.: os professores receberam 7% de reajuste enquanto os administrativos receberam apenas 3,5% de reajuste. Inflação acumulada no período: 69,67%; Reajuste médio no período: 15,77%.
Condições precárias de trabalho: “As condições em que exercemos nossas funções têm se deteriorado, com falta de trabalhadores, o que leva à sobrecarga de trabalho, falta de infraestrutura adequada, falta de equipamentos tecnológicos atualizados. Não são raros os casos de colegas exaustos, de prédios caindo e chuva entrando nos locais de trabalho”;
Desmonte da educação técnica e tecnológica pública: “A educação profissional, técnica e tecnológica pública desempenha um papel fundamental na formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho. No entanto, temos observado um descaso por parte do governo Tarcísio ao empenhar seu projeto de ampliação da oferta de cursos técnicos de maneira precarizada, por meio da rede estadual de educação, configurando uma ameaça ao financiamento do Centro Paula Souza e aos nossos empregos, bem como um gritante desvio de recursos públicos para iniciativa privada”;
Falta de diálogo e negociação: “A greve por prazo indeterminado também reflete a frustração com a falta de diálogo e negociação por parte das autoridades responsáveis. Desde o mês de janeiro/2023, procuramos o governador de São Paulo para negociar a pauta de reinvindicações, esclarecer o planejamento do estado para a instituição e como isso refletirá em nossas vidas. Protocolamos a pauta de reivindicações da categoria para a data-base 2023 junto ao governador, ao secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, e à superintendência do Ceeteps, porém, até o momento não houve respeito aos trabalhadores do Centro Paula Souza: nada de pagamento da bonificação por resultados, nada de concretização do projeto de lei complementar que alterará nossas carreiras como reivindicamos desde 2015”.