Pilotos e comissários de bordo decidiram em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (27) não aderir à paralisação desta sexta (28). Apesar disso, os aeroviários, responsáveis pelos serviços de solo, afirmam que vão parar as atividades, o que deve afetar os principais aeroportos do país.
Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, o estado de greve da categoria, decretado na última segunda (24), já provocou avanços junto aos parlamentares na reforma trabalhista, o que exclui a necessidade de paralisação.
“A categoria foi excluída do artigo que permite a contratação por meio de contrato de trabalho intermitente (…) Também foi acatada emenda que exclui a possibilidade de demissão por justa causa dos aeronautas que eventualmente perderem licenças, habilitações ou certificados para o exercício da profissão”, afirma o sindicato.
Apesar da decisão dos aeronautas, os aeroviários, responsáveis por serviços como ckech-in, despacho de aeronaves e limpeza das mesmas, decidiram aderir à greve desta sexta, o que poderá afetar a saída dos voos.
Segundo a Fentac (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT), aeroviários que atuam em Guarulhos, Recife, Porto Alegre, os da base do SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários) decidiram parar a partir das 5h.
A concessionária GRU Airport, responsável pelo aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (na Grande SP), divulgou uma nota nesta quinta alertando que “a operação pode ser impactada pela paralisação de funcionários do setor e pelas manifestações nas principais vias de acesso ao aeroporto”.
Por conta disso, ela recomenda que as pessoas com passagem marcada monitorem seus voos junto às companhias aéreas e fiquem atentos às condições do trânsito até o local.
A Infraero também recomendou, em nota, que os passageiros entrem em contato com as companhias aéreas para saber de seus voos.”As atividades dos terminais serão monitoradas, visando a garantir atendimento ao passageiro neste dia”, afirma a nota.
A paralisação, organizada por sindicatos e movimentos sociais, deve afetar transporte público, escolas, bancos, agentes de saúde, entre outros setores em todo o país, em protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo de Michel Temer.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves, afirmou, no entanto, que o efetivo policial vai impedir que manifestações interditem aeroportos e rodovias.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)