Guerra entre facções criminosas aumenta em mais de 60% os homicídios na cidade

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A guerra entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade), que nasceu em dezembro de 1999 na cidade de Guarulhos, fez o número de homicídios dolosos (com intenção de matar) aumentar consideravelmente no município no primeiro trimestre deste ano.

Foram 61 vítimas na cidade de Guarulhos entre janeiro e março deste ano, ante 38 no mesmo período de 2016. Ou seja, um crescimento de 60,5%. De acordo com o delegado titular da Divisão Homicídios de Guarulhos, Wagner Terribilli, o crescimento de homicídios “tem ligação com brigas entre facções rivais”.

Policiais Civis da cidade traçaram o perfil dos mortos como: homens, jovens, negros, moradores da periferia e que têm envolvimento com tráfico de drogas ou roubo de cargas. De acordo com os policiais, o CRBC começou a incomodar financeiramente o PCC na região metropolitana, e o PCC determinou tolerância zero contra os integrantes e simpatizantes da facção rival.

O CRBC, cujos integrantes são conhecidos como “Coisas”, foi criado em 25 de dezembro de 1999 e era o principal rival do PCC na briga por pontos de tráfico de drogas na região metropolitana no início dos anos 2000.

Segundo o pesquisador Bruno Paes Manso, a facção nasceu e cresceu justamente no presídio de Guarulhos, em 1999. “Desde sempre foi a principal oposição ao PCC.” Entre 2000 e 2001, quando o PCC se fortalecia dentro das prisões, havia brigas pesadas entre as duas facções, nas cadeias e nas ruas.

Os ‘Coisas’ atuam em toda região metropolitana de SP

Os Coisas atuam em toda a região metropolitana, mas tem como base Guarulhos, cidade em que foi registrado o maior número de homicídios dolosos (com intenção de matar) no primeiro trimestre. Esta situação impulsionou a alta deste delito nas cidades da Grande São Paulo.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) não se manifestou sobre a guerra de facções nem sua relação com o aumento de homicídios dolosos na região metropolitana.

A pasta afirma que a polícia esclareceu 13 casos de homicídio doloso em Guarulhos neste ano. “Isso resultou na prisão de sete pessoas em flagrante e de outros dez autores por mandado expedido após o trabalho de polícia judiciária”, diz. Segundo a SSP, em 2016 a Grande SP atingiu a menor taxa de homicídios desde o início da série histórica, em 2001.

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