O ano de 2023 foi registrado como o ano de maior circulação de conteúdos falsos para aplicação de golpes, desde a popularização do ChatGPT e a inteligência artificial. Foram quase 5 milhões de casos, contra os 4,7 milhões no ano de 2022.
Os dados foram divulgados pelo Anti-Phishing Working Group, uma coalização internacional que combate golpes de engenharia social na internet. Os pesquisadores afirmam que além do ganho em escala, a inteligência artificial permite que esses golpistas espalhem mensagens mais convincentes e com menos erros ortográficos.
Em 2023, o anuário brasileiro de segurança pública identificou uma alta de 326,2% em casos de fraudes eletrônicas entre 2018 e 2022. Os estados que divulgam estatísticas sobre esse crime, como Rio de Janeiro e Pernambuco, mostram que a tendência de crescimento se manteve em 2023.
Separamos os golpes que estão em alta atualmente para você se prevenir:
Sites falsos: Evite os links publicitários do Google, que costumam ser a melhor resposta para a busca, e, por isso, pagam para furar a fila. Os links patrocinados também podem estar em redes sociais.
Fakes do Tinder: O conhecido golpe do Tinder, usa perfis falsos para atrair vítimas para sequestros relâmpagos, ganhou uma variante com IA. É recomendado que as pessoas façam buscas para ver se há mais imagens da suposta pessoa. Também é possível buscar por nome, telefone, e-mail ou endereço.
Clones virtuais e golpistas: Este golpe atrai as vítimas com promessas de investimento de retorno financeiro e venda de móveis a preços abaixo do mercado, certificando a credibilidade da pessoa, cujo perfil fora roubado. Também circulam nas redes sociais vídeos de famosos como Neymar e Anitta. Esses conteúdos são produzidos em softwares que usam IA para recriar a voz de pessoas, trocar o rosto em vídeos e sincronizar movimentos labiais.
O único jeito de se prevenir do risco de ser clonado na internet é restringir a circulação de imagens e áudios de si, manter a conta privada apenas para amigos.
Ligações falsas: Devido ao maior risco de roubo de identidade com IA, os bancos têm trocado a segurança baseada em biometria por análise comportamental. Hábitos pessoais dos clientes, como horários comuns de transações bancárias e até a forma de segurar o celular, se tornaram a principal ferramenta de bancos para evitar fraudes em meio ao avanço da IA.
Mensagens e e-mails falsos em massa: As redes sociais concentraram boa parte dos golpes, e as plataformas de e-mail também. Essas ferramentas de inteligência artificial fazem com que os criminosos realizem a produção de conteúdo e evitem erros gramaticais, que podem gerar estranheza ao leitor.
Para evitar esses prejuízos, é importante verificar o destinatário da transferência. Embora o Pix seja controlado pelo sistema do Banco Central, os criminosos, em geral, as movimentam por várias contas para dificultar a busca pelo dinheiro.