Na manhã desta terça-feira (27), a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga possíveis irregularidades na prestação de serviço da Fundação do ABC nas unidades de saúde em que administra na cidade, ouviu o diretor geral da central de convênios da entidade, Aroldo Saraiva, que revelou existir uma dívida de R$ 8 milhões da Prefeitura de Guarulhos com a entidade. Ele também afirmou que a organização social serviu de bode expiatório da gestão do ex-prefeito Sebastião Almeida.
“Nos momentos de crise nós somos o bode expiatório e acho que fomos isso no governo anterior. Neste ato, eu pedi ao presidente [da CEI] que ao final da comissão faça um desagravo à Fundação do ABC. O atual prefeito, embora, respeitando a herança maldita que ficou ele vem contemporizando”, disse Saraiva.
O representante da fundação também destacou que a constante falta de insumos nas unidades – Policlínica Maria Dirce, Policlínica Jardim Paraíso e UPA Jardim São João -, foi provocada pela retirada da responsabilidade da entidade de abastecimento de medicamentos em março do ano passado. Ele afirmou que março deste ano o processo de compra voltou a ser conduzido pela Fundação do ABC.
“Os atrasos são os pontos principais. O município não repassava valor para medicamentos, fato que o atual governo corrigiu com um novo aditamento. Como posso dar mamadeira a uma criança se não tenho leite?”, indagou o dirigente.
Diante dos esclarecimentos, Aroldo acredita que a relação com o município possa evoluir. O mesmo ressaltou que a entidade pretende continuar frente à administração das três unidades de saúde que detém a gestão, além de enfatizar a participação no processo de licitação para administrar o Hospital Municipal Pimentas – Bonsucesso (HMPB). O contrato com o município se encerra em março do próximo ano.
Reportagem: Antônio Boaventura
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Foto: Ivanildo Porto