A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) constatou o superfaturamento ou sobrepreço das obras realizadas no Aeroporto Internacional de São Paulo–Guarulhos, em Cumbica, realizadas no ano de 2012. De acordo com a empresa, os valores pagos pelas benfeitorias superaram a média do valor comercial praticado em pouco mais de R$ 1,3 bilhão, incluindo o de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo.
Segundo informações obtidas pelo HOJE, a Infraero, que detém 49% de participação no aeroporto, está intensificando as investigações sobre possíveis irregularidades em várias contratações realizadas pela GRU Airport, concessionária responsável pela administração do aeroporto. A gestora informou que não irá comentar o assunto.
O conjunto de obras realizadas, incluindo as previstas para o período da Copa do Mundo de 2014, segundo auditoria da própria Infraero, foi superfaturada em 25% do valor praticado no mercado. Os projetos custeados foram para reorganização e reestruturação dos terminais do aeroporto. Entretanto, a empresa não revelou o valor das obras realizadas.
A Infraero é sócia na concessão do aeroporto de Guarulhos com a empreiteira OAS, que está envolvida na Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em 2014.
Em nota, a Infraero ressaltou que colabora com todos os processos de fiscalização e que todas as obrigações financeiras cumpridas resultam de projetos e previsões contratuais firmados pela administração anterior, além de serem realizadas no estrito cumprimento da legislação em vigor. Os levantamentos são iniciais e fazem parte de um trabalho de análise que ainda está em andamento. Assim que ele for concluído, será enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Reportagem: Antônio Boaventura
[email protected]