Após reajuste, Guarulhos apresenta queda de 23% na procura por gasolina

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Os postos de combustíveis de Guarulhos começam a sentir o reflexo do aumento dos combustíveis que estão valendo desta a última sexta-feira (21). O HOJE percorreu estabelecimentos em vários pontos da cidade e constatou, após ouvir seus administradores, que a queda na procura pelos combustíveis atingiu a marca de 23% em menos de 48 horas depois da mudança de valores.

Com déficit de R$ 139 bilhões, o presidente Michel Temer (PMDB) espera arrecadar até o final deste ano R$ 10,4 bilhões com o aumento das alíquotas de PIS e Cofins da gasolina. Ele também elevou o tributo em 86% para o diesel. O valor médio no município para a gasolina é de R$ 3,56 (varia entre R$ 3,29 e R$ 3,79).

“O posto vazio também é reflexo do aumento do combustível, sem contar o período de férias. Mas, boa parte é referente ao aumento. A única maneira de minimizar os efeitos desta queda é apostar nossas fichas no atendimento, até por que se depender dos valores repassados pelas distribuidoras fica difícil trabalhar”, disse o gerente Leandro Fonseca, que ressalta perda de até 15% de seu faturamento após o aumento.

Em contrapartida, Jason Silva, 30 anos, que administra um posto Shell no Parque Cecap, prevê uma perda maior quando o acréscimo autorizado pelo governo federal atingir o diesel. Neste momento, ele revelou que o estabelecimento que gerencia já apresenta queda de 30% na procura por etanol e gasolina.
“A gente só mudou o preço no sábado, às 6h, isso porque no dia anterior tivemos uma procura absurda. Estávamos trabalhando com o valor de R$ 3,19 e agora estamos com o preço de R$ 3,49. Tivemos que repassar R$ 0,30 para o consumidor em virtude do aumento na distribuidora”, concluiu.

Motoristas cogitam trocar carros pelo transporte público na cidade

Com a alta no preço dos combustíveis, consumidores ouvidos pelo HOJE revelaram ter como alternativa o uso do transporte público para driblar o reajuste que, segundo eles, está onerando os orçamentos, além do corte de despesas básicas para suprir o aumento.

“Não só aumento do combustível, mas também todo esse pacote que está vindo e está afetando o nosso orçamento. O salário não aumenta, somente os impostos. Ficamos cada vez mais refém do governo”, desabafou a professora Valquíria dal Pozzo.

Já a operadora de máquina Carla Cristiane, 30, que reside na região do Taboão e trabalha no Parque Cecap, entende que a única alternativa encontrada diante do reajuste é deixar o carro em casa e fazer o trajeto de casa ao trabalho utilizando o transporte público. “Está muito caro e já começou a onerar o meu orçamento. Agora vou ter que reduzir o uso do carro e passar a utilizar com maior frequência o ônibus”, concluiu.

Reportagem: Antônio Boaventura
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