A Diocese de Guarulhos se manifestou nesta sexta-feira (11), sobre a situação da retirada dos dois quadros do artista guarulhense Ailton Diller Malaquias. As obras de nome “Em nome do pai, do filho e do espírito santo”, e o “Corpo e o Sangue de Cristo”, abordam sobre a pedofilia na igreja e a outra, o modo como alguns líderes religiosos vendem a imagem de Cristo.
Segundo o bispo diocesano Edmilson Amador Caetano, que afirmou saber da exposição através de algumas pessoas, porém, não viu as obras, mas revelou que pelo que leu das explicações não concorda com a visão de Malaquias. “Não sei quem ofendeu o artista. Da minha parte, não houve exigência para que as obras fossem retiradas. Digo também que não foi atitude correta ofender o artista, ainda que ele, com sua visão e dizeres tenha sido ofensivo à Igreja. Quanto à retirada das obras, a Igreja não possui esta autoridade legal. Cabe, no caso, a administração pública ver a conveniência ou não da exposição”, enfatizou o bispo.
O artista plástico disse não concordar com os dizeres do bispo de que teria sido ofensivo à igreja. “Eu não concordo que a arte não esteja incluída dentro do contexto atual, principalmente porque aborda a questão dos maus líderes religiosos. O que quero é dialogar de uma forma respeitosa, porque esse tipo de inquisição já morreu”, disse Malaquias.
Os dois quadros foram retirados do Salão de Exposições do Adamastor nesta última quarta-feira (09), além de a prefeitura excluir o texto da obra no site, alegando que o conteúdo era inapropriado, mesmo com a classificação indicativa sendo 16 anos.
A exposição que procura mostrar o uso da fé para deturpar o pensamento das pessoas, ficará no Adamastor até o dia 10 de setembro, e depois seguirá pelos shoppings da cidade. O trabalho das pinturas começou no mês de janeiro, e foi finalizado no mês passado, além de seguir para outras cidades, como Osasco e Diadema.
Reportagem: Ulisses Carvalho
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