A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) classificou a gestão fiscal da cidade de Guarulhos durante 2016 como a 724ª entre quase 5 mil municípios avaliados. A entidade utilizou como base do estudo os dados divulgados pelas próprias cidades e a Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
A proposta da Firjan leva em consideração aspectos administrativos como a capacidade de arrecadação, orçamento com folha de pagamento, condições financeiras para quitar seus compromissos, capacidade para realizar investimentos e o quanto a dívida interna interfere no processo de gestão.
A classificação dos indicadores analisados varia entre 0,4 e 0,8. Diante deste quadro, com indicador de 0,59, Guarulhos é considerada uma cidade com dificuldade na gestão. Nesta proposta, a entidade analisou a situação fiscal de 4.544 dos 5.570 municípios brasileiros. Ou seja, a pesquisa teve como abrangência quase 82% das cidades brasileiras.
Entre as cinco maiores cidades paulistas só a capital apresentou boa gestão fiscal, com nota 0,6697. Guarulhos (0,5900), Campinas (0,4666), São Bernardo do Campo (0,6893) e Santo André (0,5811) foram classificadas em situação difícil. À exceção de Guarulhos, todas registraram piora em seu quadro fiscal.
No ano passado, apenas 136 prefeituras conseguiram ter mais de 40% de suas receitas oriundas da arrecadação de tributos municipais, revelando que a dependência crônica de transferência de recursos dos estados e da União é outro fator agravante para a gestão fiscal das cidades. No período, 81,6% tiveram conceito D na variável receita própria por não conseguir gerar nem 20% da própria receita.
Reportagem: Antônio Boaventura
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Foto: Ivanildo Porto