Assim como acontece com os humanos, os pets também têm um calendário de vacinação que precisa ser seguido. Em muitos casos, os donos se preocupam apenas com a campanha nacional de vacinação antirrábica, ocorrida tradicionalmente no mês de agosto, mas se esquecem que há muitas outras doses que os bichinhos precisam para terem uma vida saudável.
Segundo a veterinária, Roberta Gomes Carneiro, da Pet’s house Clínica Veterinária, no caso dos cães as vacinas obrigatórias são as múltiplas ou polivalentes, v8 e v10, e a antirrábica. As vacinas v8 e v10 protegem os cães de sete doenças consideradas graves: cinomose, hepatite infecciosa canina, parvovirose, leptospirose, adenovirose, coronavirose e parainfluenza canina. Já a vacina antirrábica protege os cães contra a raiva.
Além dessas, existem outras doses de imunização que também são importantes. É o caso das vacinas contra a leishmaniose, a giárdia, a tosse dos cães e pulgas. Algumas dessas doenças são consideradas zoonoses, ou seja, podem ser transmitidas para o homem.
Já no caso dos gatos as vacinas consideradas mais importantes e obrigatórias são a antirrábica e a polivalente, sendo que a última se divide em três tipos: tríplice (V3), quádrupla (V4) e quíntupla (V5). A diferença entre essas duas está na quantidade de antídotos presente em cada e, consequentemente, na relação de doenças que são imunes. A V3 protege o animal da panleucopenia, da calicivirose e da rinotraqueíte. Já a V4, além das enfermidades citadas, também inclui imunização a clamidiose. A V5 inclui todas, mais a leucemia.
Roberta ressalta que muitas vezes as pessoas realizam a vacinação apenas quando o animal é filhote, deixando de dar sequência, o que é prejudicial. “Essas vacinas são anuais. Elas previnem doenças que não têm cura. Se o animal pegar essa doença ele pode vir a óbito ou ficar com alguma sequela”, explicou.
Imunização deve ocorrer nos primeiros meses do animal
A recomendação é que as vacinas comecem a ser aplicadas desde a fase filhote do bichinho, quando o organismo dele já puder receber as doses. Dessa forma ele estará protegido desde cedo e correrá menos riscos de pegar alguma doença.
Geralmente a imunização inicial do cachorro começa aos 30 dias de vida com o uso do vermífugo, continua em torno dos 40 dias com a aplicação da primeira dose de v8 ou v10 e anti-pugas, se estende aos 60 dias com a vacina contra a tosse e vai até em torno dos 120 dias com a vacina antirrábica. Durante esse calendário de vacinação há a repetição da dose de algumas delas, é o caso da v8 e v10, tosse e antirrábica.
Dessa forma, a primeira dose da polivalente deve ser aplicada perto dos dois meses de vida (60 dias). A segunda dose vem um mês depois (90 dias de vida). Já vacina antirrábica deve ser introduzida quando o animal estiver um pouco mais velho, com quatro meses (120 dias), e vem acompanhada da terceira dose da polivalente.
“Muitas pessoas falam que vacinar demais é bobagem e pode fazer mal. As doenças que têm vacina têm diminuído porque se tem feito uma ampla vacinação. A partir do momento em que o índice de vacinação cai, essas doenças voltam a aparecer. A vacinação é muito importante”, ressaltou Roberta.
Vale lembrar que a aplicação ou não e a organização dessas vacinas estará no calendário de vacinação do cachorro, feito por um médico veterinário.
Dicas para a vacinação
– Aplique a vacina em um local onde o cachorro se sinta confortável;
– É preciso que uma pessoa capaz de dominar o cachorro em qualquer situação que fuja do controle esteja presente;
– Se o animal for calmo e manso, basta colocar um guia nele. Se o animal for agressivo, é importante que ele esteja de focinheira;
– Após a vacinação o cachorro pode ter uma mudança comportamental nas primeiras 24h. Isso acontece porque o organismo dele está assimilando a vacina;
– Animais que já apresentarem algum sinal de doença não podem receber nenhum tipo das vacinas para cachorro.