Uma das principais portas de acesso ao país e de conexão para outras nacionalidades, o Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos, em Cumbica, é também rota utilizada por traficante para o tráfico de drogas. Segundo o delegado da Polícia Federal no aeroporto, Marcelo Ivo Carvalho, a proximidade com países produtores é responsável pela alta no número de apreensões no aeroporto.
“Um dos motivos é que o Brasil faz fronteiras com países onde a cocaína é produzida como Peru, Bolívia e Colômbia. O valor da venda para países da Europa, Ásia e da África gera altos lucros para o tráfico. Ela é comprada geralmente por U$$ 4 mil, o que acaba se tornando atrativo para o tráfico”, disse o delegado Marcelo Ivo de Carvalho.
Levando em consideração as apreensões por tráfico de drogas realizadas desde 2011, este crime registrou crescimento de aproximadamente 16% até novembro deste ano. Os transportadores de drogas, denominados de “mula”, utilizam-se de formas variadas para tentar driblar a fiscalização como transportar o entorpecente em botões, guardanapos e até nas hastes da bolsa de viagem.
“Nós desenvolvemos um sistema de inteligência para fiscalização de passageiros com equipamentos para detecção de traços, cães farejadores para detectar drogas. Existe toda uma doutrina para identificar passageiros que estejam levando drogas”, concluiu.
Entre as nacionalidades dos presos, o brasileiro é aquele que lidera o ranking de apreensão. Depois aparecem venezuelanos, bolivianos, sul-africanos e nigerianos.
Casal é preso ao tentar embarcar com drogas para Dubai e Doha
No domingo (3), uma boliviana foi flagrada ao tentar passar pelo controle migratório. A mulher, de 36 anos, levava 12 volumes escondidos no fundo falso de sua mala contendo mais de 2 kg de cocaína. A droga foi localizada com o auxílio do aparelho de raio-x e tinha como destino a cidade de Dubai, nos Emirados Árabes.
Já nesta segunda (4), um passageiro que embarcaria em voo para Doha, cidade do Catar, foi selecionado para uma revista minuciosa de seus pertences. Os policiais federais encontraram, 93 cápsulas contendo mais de 1,5 kg de cocaína. O homem, de 36 anos, nacional da Nigéria, foi preso em flagrante.
Antônio Boaventura
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Foto: Adriano Vizoni/Folhapress