O número de favelas ou comunidades, assim denominadas por seus habitantes, cresceu nos últimos dez anos em 23% na cidade. No ano de 2007, a prefeitura registrou 300 locais nestas características. Neste ano, a quantidade saltou para 370.
Segundo Roberto Moreno, professor de arquitetura da UNG, esta situação teve início no município na década de 1970, na região central, especificamente no Jardim Flor da Montanha. “As favelas surgiram com a ocupação das áreas públicas, que poderiam virar praças ou equipamentos para a educação e saúde. Porém, como naquela época não existiam projetos habitacionais, pessoas sem potencial econômico que chegavam do Nordeste e de outras cidades do interior começaram a ocupar estas áreas”, explicou Moreno.
Entretanto, ele, que também ocupou o cargo de secretário de Planejamento da cidade na gestão do ex-prefeito Elói Pietá (PT), ressalta que o problema das ocupações, consideradas de forma irregular, tem como principal motivação o baixo poder aquisitivo das pessoas que se submetem a este tipo de situação e condição.
“No começo das ocupações foi necessidade. Mas, agora a ocupação está organizada e com alguns movimentos sociais por trás destas ações à procura de programas habitacionais. Esse problema passa pela renda destas pessoas”, disse.
Como medida para tentar reduzir o número de ocupações irregulares e melhorar a infraestrutura das já ocupadas, a prefeitura está elaborando um programa habitacional, com a colaboração de várias secretarias, com o objetivo de realizar o cadastramento e o congelamento das áreas ocupadas irregularmente, além de promover a regularização fundiária nos núcleos habitacionais da cidade.
Esta iniciativa está sendo realizada a partir do Levantamento Planialtimétrico Cadastral (LEPAC), um mapa que contém o desenho e as medidas de todas as construções existentes na área a ser regularizada e na vizinhança.
Em 2011, o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que aproximadamente 450 mil cidadão estavam em situação de pobreza.