A técnica de enfermagem Ana Paula Guimarães, 36, alega que o pai, Antônio Carlos Guimarães, 65, marceneiro, morador do bairro Vila Maricy, em Guarulhos, aguardou seis horas por atendimento médico no Hospital Geral de Guarulhos (HGG), após dar entrada por volta das 2h da madrugada desta terça-feira (09), conseguindo a assistência apenas às 8h.
“Falaram que não era caso de emergência e deixaram ele na maca no corredor do hospital”, afirmou a Ana, destacando que conseguiu o atendimento após uma crise de choro ao pedir ajuda, conseguindo a internação do pai após às 8h. Segundo a filha, o quadro Guimarães é complicado, pois foi descoberto um câncer na cabeça no último dia 3 de janeiro.
O estado do marceneiro teria complicado durante esta última terça-feira, quando não estava conseguindo se alimentar, além de não falar e não tomar banho sozinho. De acordo com a família, ao tentar dar entrada na ficha primeiro na segunda-feira (08), por volta das 9h, já teriam sido avisados por um funcionário do HGG, de que não teria médico, o que fez Ana retornar por volta das 2h com apoio de uma ambulância do Serviço Móvel de Atendimento de Emergência (Samu).
“Eu tenho vergonha de vivenciar tudo isso”, disse Ana sobre a situação ao ver o pai aparentemente queixando-se de dores no corredor do hospital. Durante o ano passado, a família alega que tentou durante sete meses realizar um exame de ultrassom e uma biópsia renal nas unidades de saúde da cidade para Guimarães, porém, como não conseguiram acabaram se deslocando para a Mogi das Cruzes, onde foi realizado o exame.
Hospital afirma que denúncia não procede
O HGG afirmou em nota que a denúncia da família a respeito do paciente não procede. Apesar de afirmar que Guimarães deu entrada às 2h, a direção do hospital alega que o idoso foi prontamente atendido, inclusive passando pela classificação de risco e avaliação clínica, além da realização de exames ainda durante o período da madrugada, onde teria sido encaminhado para o setor de isolamento dentro de um quarto individual.
“O paciente Antônio segue devidamente assistido, medicado e a conduta terapêutica foi definida por equipe médica especializada, que está à disposição da família para demais informações. Além disso, é completamente incoerente a alegação de que o paciente “tentou” realizar biópsia na unidade, uma vez que não há nenhum registro de passagem ou de encaminhamento do Sr. Antônio para o Hospital Geral de Guarulhos”, afirmou a direção do hospital, ressaltando também que a unidade realiza 300 atendimentos diários e que atualmente contam com 15 médicos atuando nas especialidades de Clínica médica, Neurocirurgia, Cirurgia Geral, Pediatria, Cirurgia Infantil, Ortopedia e Ginecologia.
Reportagem: Ulisses Carvalho