Fundada em 1999 com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da cidade, a Agência de Desenvolvimento de Guarulhos (Agende) pode encerrar suas atividades depois de quase 19 anos de existência. Isso porque o prefeito Guti (PSB), por meio de decreto, repassou a gestão do futuro Parque Tecnológico, que pode ser construído na Estrada Velha de Guarulhos–São Miguel com a avenida Orlanda Bérgamo, em Nova Cumbica, para a própria prefeitura.
“A possibilidade é grande. Ela tinha um propósito na cidade. É uma das principais incubadoras do Brasil e totalmente consolidada com representação no CNPq, no Ministério de Ciência e Tecnologia. O berço do parque tecnológico foi criado pela Agende. Todo esse trabalho será jogado no lixo”, declarou o presidente da Agende, Antônio Marchiori.
Ele disse que a decisão do prefeito não teve a participação da entidade e chamou de “incoerente” a decisão. Marchiorie entende que a Agende deveria ter participado de forma direta da discussão para que pudessem encontrar juntos uma solução para o impasse.
“Precisamos avaliar isso com a nossa diretoria, isso por que a Agende representa as principais entidades da cidade. Nós não fomos avisados e nem consultados. Fomos pego de surpresa. Eu acho que é uma atitude incoerente com que vinha se falando em compartilhar decisões”, disse.
Além das entidades, a agência contou ao longo de sua existência com apoio da administração municipal. No entanto, Marchiori não soube precisar o quanto a entidade recebeu do poder público ao longo dos anos. Neste período foram formalizados convênios com cidades dos Estados Unidos, Espanha e Portugal, que também contam com Parque Tecnológico.
“Ainda vamos ver o que pode ser feito, se é que existe algo a ser feito. Mas, essa é uma decisão que cabe a prefeitura mesmo. O poder é dela e não nosso. Nós tínhamos sido escolhidos porque na cidade somos aqueles que têm condições e se preparou ao longo desses anos”, concluiu.
Antônio Boaventura
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Foto: Ivanildo Porto