Em disputa ponto a ponto, Beija-Flor ganha o Carnaval do Rio; Tuiti fica em segundo

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Em disputa ponto a ponto, a Beija-Flor ganha o Carnaval do Rio em 2018. A Paraiso do Tuiti ficou em segundo.A agremiação de Nilópolis fez sucesso com o público, que seguiu cantando o samba após o fim do desfile e chegou a receber até aplausos de um grupo de jurados, com um enredo que teceu críticas à corrupção no Brasil.

A disputa foi ponto a ponto, com a escola de Nilópolis batendo por um décimo a Paraiso do Tuiti, que fez um desfile com duras críticas ao governo federal.
Com o título, a Beija-Flor repete feito de 2003, quando fez um Carnaval em homenagem ao então presidente Lula, que acabara de assumir. Foi o último desfile de tom político no Rio. A passagem da escola pela Marquês de Sapucaí foi um desfile-manifesto. Um dos carros, que teve como tema o “caos social” no Brasil, apresentou a estátua de um pedinte bêbado e presidiários com telefones celulares.
O que mais chamou a atenção no Carnaval deste ano na Sapucaí foi a quantidade e a veemência de críticas sociais apresentadas pela escola.

A começar pela Beija-Flor, que, nas palavras do pesquisador de Carnaval Fabio Fabato, colocou na avenida um desfile na linha “contra tudo o que está aí”. Havia fantasias criticando impostos altos, uma alegoria representando a Petrobras, ratos em referência a políticos e encenações da rotina de violência no Rio, com representações de crianças em caixões e mães chorando por seus filhos policiais mortos.
Já a pequena escola Paraíso do Tuiuti, que só entrou para o Grupo Especial em 2017, lembrou os 130 anos da Lei Áurea (1888), questionando se a escravidão foi, de fato, extinta no Brasil.
A comissão de frente, talvez a mais marcante do Carnaval, trazia uma coreografia de escravos amordaçados trazidos da África se transformando em pretos-velhos.

O último carro do desfile trouxe um destaque fantasiado do presidente Michel Temer (MDB) como “vampiro neoliberalista”.
A ala Manifestoches tinha componentes fantasiados de patos, sugerindo que manifestantes foram fantoches em protestos políticos.
Outra ala lembrava do trabalho informal, numa referência explícita à reforma trabalhista.

Crédito: Folhapress

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