A população de Guarulhos gastou em julho, último dado disponível pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), 90 litros de água por dia a mais do que o ideal, de acordo com o padrão estabelecido pela Organização das Nações Unidas. A ONU considera que 110 litros em um período de 24 horas são suficientes para cumprir as necessidades básicas de consumo e higiene de um indivíduo, mas em Guarulhos foram gastos 200 litros.
Trata-se de um consumo 82% acima do ideal, o que impacta diretamente na quantidade de água disponível para a população – caso o recomendado pela ONU fosse seguido na cidade, não haveria necessidade de rodízio. O Saae distribui 243 litros ao dia por pessoa nas tubulações de Guarulhos, mas 43 deles são perdidos em vazamentos – a quarta menor taxa (18%) entre os cem maiores municípios do país, de acordo com o Instituto Trata Brasil.
Em um período de estiagem como o vivido nos últimos quatro meses (as chuvas recentes não foram suficientes para mudar o quadro), o gasto excessivo torna-se um problema ainda maior. Em julho, um mês atipicamente quente para os padrões de inverno, o guarulhense gastou 30% a mais de água na comparação com os mesmos meses em 2017 e 2016 – que já eram, portanto, superiores ao recomendado pela ONU. Se for levado em consideração um dia tipicamente frio de inverno, com temperaturas que não ultrapassam os 20 graus, o gasto em julho deste ano foi 44% maior na mesma comparação.
A partir desta semana as chuvas devem cessar no Estado e a previsão é que chova muito pouco até o final de agosto. Desta forma, torna-se ainda mais necessário tomar atitudes pra economizar água, principalmente os banhos mais curtos, já que o chuveiro costuma ser o ponto mais crítico de consumo de uma residência. Não deixar a torneira aberta enquanto se lava a louça, escova-se os dentes e faz-se a barba também são atitudes simples e de enorme eficácia na economia de água, bem como usar uma vassoura ao invés da mangueira pra lavar a calçada, ou um balde pra limpar o carro.
Foto: Pedro França/Agência Senado