No lugar de barracas, veículos estacionados. Pouquíssimos consumidores pechincham nas barracas de frutas que insistem em se manter de pé nestes dias de crise. Assim está a feira livre da avenida Salgado Filho, na manhã desta quinta-feira (26). As barracas estão sumindo pouco a pouco, como as de roupas, utensílios domésticos (panelas, talhares, copos, xícaras entre outros) e flores. O caldo de cana e o pastel também estão desaparecendo das feiras livres de Guarulhos.
“Feira sem pastel e caldo de cana não dá. Eu também estou parando. O que me resta de frutas estão aqui na minha barraca”, disse o feirante Elias Carlos Fucitalo.
Desanimado, disse que o movimento já caiu em torno de 80% e que não encontra mais frutas nos distribuidores.
“Algumas cidades da região metropolitana não estão realizando as feiras por conta do coronavírus. E os distribuidores não têm para quem escoar a mercadoria e preferem retê-la aguardando a crise passar. Se a situação persistir, em breve não terei mais frutas para vender”, lamentou.
O ajudante Osmar Pereira Silva costuma madrugar para montar a barraca de fruta, mas nesta quinta-feira, mesmo tendo chegado à avenida Salgado Filho por volta das 5h, os primeiros consumidores só apareceram quase três horas depois.
“É triste essa situação. Todo mundo andar com um olhar desconfiado. Acho que é com medo do vírus, né?”, perguntou.
A dona de casa Dalva Figueiredo, que mora na Vila Progresso, saiu de casa apenas para comprar algumas frutas.
“Não dá para ficar muito tempo na rua com o coronavírus por aí. Não vou demorar nem 10 minutos”, afirmou, apressando os passos.