Sessão da CPI da Merenda com Capez tem tumulto e spray de pimenta

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REYNALDO TUROLLO JR.

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A sessão da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta quarta-feira (14), que estava marcada para as 9h com o depoimento do presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), e de dois ex-assessores dele, atrasou por causa de um protesto de dezenas de estudantes que querem assistir à reunião.
Por volta das 10h30, deputados do PT se retiraram da reunião, sob a alegação de que a Polícia Militar agrediu estudantes e criou um clima de guerra.
O protesto dos secundaristas, que passaram a noite em frente à Assembleia, teve confusão e uso de spray de pimenta por policiais militares nos corredores da Casa. Segundo manifestantes e jornalistas, ao menos um jovem passou mal.

Os alunos bloquearam o acesso ao plenário onde estava prevista para ser realizada a sessão da CPI. Eles queriam que o presidente da comissão, Marcos Zerbini (PSDB), transferisse os depoimentos para um plenário maior, onde mais pessoas pudessem entrar.
Deputados e jornalistas ficaram sem acesso à sala por alguns minutos.
“Se eu não entro ninguém entra”, gritavam os estudantes. “Capez, ladrão, tem que ir pra prisão.”
O deputado Capez, que será o último a depor, é suspeito de envolvimento no suposto esquema de fraudes e pagamentos de propina investigado pela Operação Alba Branca, da polícia e do Ministério Público.
O deputado Alencar Santana Braga (PT), único oposicionista titular da CPI, disse esperar que um novo depoimento de Capez seja marcado para outro dia.

“Estou comunicando, como líder da bancada, que teve agressão a estudantes, agressão a jornalistas. Nós não vamos legitimar isso”, disse José Zico Prado (PT), ao justificar aos demais membros da CPI a retirada dos deputados petistas.
Antes disso, devido a vários momentos de confusão, a reunião foi suspensa por ao menos quatro vezes.
NOTA DE REPÚDIO
Em nota, a ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) repudiou as agressões que o cinegrafista da Globonews Amós Alexandre teria sofrido.
Segundo a associação, Amós recebeu um soco de um policial militar, caiu, e, ao se levantar, foi novamente empurrado pelo mesmo policial e pisoteado por manifestantes.
“A ABERT pede às autoridades responsáveis a adoção de medidas que impeçam a repetição de violência contra jornalistas no exercício da profissão, além da apuração rigorosa e punição do agressor”, diz o texto.

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