A recomendação é clara, a exposição prolongada das crianças às telas deve ser evitada. Diversos prejuízos têm sido observados nos consultórios pediátricos e, especialmente depois do início da pandemia, os números estão cada vez mais assustadores. A oftalmologista pediátrica Dra. Márcia Keiko Uyeno Tabuse, que é a presidente do Depto. de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), alerta que nos últimos anos houve um aumento de 38% nos casos de crianças com até 10 anos com diagnóstico de miopia. Mas segundo a oftalmologista, esse não é o único problema decorrente especialmente do uso descontrolado de celulares, computadores e tablets.
A miopia logo nos primeiros anos de vida está associada ao desenvolvimento de outras doenças também de maneira mais precoce, como glaucoma, por exemplo. Com a pandemia, a incidência de casos de miopia aumentou ainda mais. Dra. Márcia observa diariamente esse aumento em seu consultório. “Da mesma forma que observamos um aumento da miopia, percebemos que crianças que permanecem muito tempo no computador em aulas on line têm apresentado torcicolo ou posição de cabeça viciosa. O diagnóstico diferencial inclui alterações como ametropias (astigmatismo), desvio ocular intermitente, torção ocular, redução de campo visual ou até mesmo nistagmo (movimentos involuntários dos olhos)”, explica.
Alguns cuidados são imprescindíveis para amenizar o problema da exposição das crianças às telas. “É fundamental que os responsáveis monitorem o uso, controlem o tempo de exposição e a distância que estas crianças estão das telas, pois quanto mais perto os olhos estiverem da tela maior será o prejuízo. O ideal é que as crianças tenham também um período de 2 horas em ambiente aberto e com luz natural do sol, que ajuda a evitar a miopia”, finaliza Dra. Márcia.
Para saber mais sobre esse assunto entreviste um especialista da SPSP.