Giovanna Silvério
A vacinação contra a covid-19 já é uma realidade no país, inclusive em Guarulhos. Apesar da tão aguardada vacina, a resistência de algumas pessoas diante da possibilidade de vacinação, muitas vezes, foi motivada por desinformações.
Os vários tipos de vacinas contra a covid-19 disponíveis no Brasil (Coronavac, Pfizer, AstraZeneca e Janssen) são o principal alvo, até hoje, de notícias falsas sobre a doença no país e correspondem a 19,8% do conteúdo fraudulento.
O compartilhamento deste tipo de conteúdo na internet tem vários efeitos na sociedade, uma vez que ele é capaz de informar e alertar a população sobre diversos assuntos, mas também de trazer muita desinformação da vacinação por meio de notícias falsas.
Na área da saúde, por exemplo, a divulgação de notícias falsas ocasionou a queda na procura por vacinas e, consequentemente, favoreceu o aumento de casos de doenças que já haviam deixado de ser um problema.
Um estudo conduzido pela pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Claudia Galhardi, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Jornalismo e Comunicação da Universidade Federal do Piauí (UFPI), revelou que a Fiocruz é um dos principais alvos das fake news analisadas no período entre 26 de março de 2020 e 31 de março de 2021. “Todas as notícias falsas sobre a AstraZeneca, métodos caseiros de prevenção e cura da covid-19, além de dados estatísticos manipulados sobre contágio, óbitos e cura citam o nome da Fiocruz, na tentativa de legitimar o conteúdo”, afirmou ela.
A avalanche de desinformação na pandemia tem impactado no abandono vacinal e na adesão a tratamentos precoces sem eficácia científica comprovada. “Também colabora para o descrédito da ciência, das instituições globais de Saúde e de ações governamentais, além de propagar pânico, colocando a vida do cidadão em risco”, alerta a pesquisadora.
Em contrapartida, o papel das mídias de comunicação serviu para orientar a população sobre as etapas do programa de vacinação para combater a desinformação se torna ainda mais fundamental.