Quase nove em cada dez médicos brasileiros (87,3%) afirmam ter se infectado pelo coronavírus ou conhecem algum colega que contraiu o vírus nos últimos dois meses, aponta uma nova pesquisa inédita divulgada pela Associação Médica Brasileira. A maioria deles também relata estar esgotada, apreensiva, estressada e sobrecarregada.
Realizada em parceria com a Associação Paulista de Medicina, a pesquisa ouviu 3.517 profissionais de Medicina em todo o Brasil, entre 21 e 31 de janeiro. O período de infecção relatado pelos médicos coincide com o aumento de transmissibilidade da variante Ômicron pelo País e o surto de influenza.
Como mostrou o Estadão, a alta nos casos de síndrome gripal provocou um afastamento em massa de profissionais da saúde e sobrecarregou as equipes na linha de frente do combate à pandemia. No primeiro mês deste ano, a Ômicron também já foi a principal responsável pelo aumento de 566% na média móvel de mortes pela covid entre janeiro e fevereiro.
De acordo com a nova pesquisa, quase 90% dos médicos ouvidos acreditam que novas variantes da covid devem surgir nos próximos meses.
Entre aqueles que trabalham em locais de atendimento a pacientes do coronavírus, 96,1% também relatam ter percebido aumento no número de casos durante os dois últimos meses, enquanto apenas 40,5% percebeu o crescimento no total de mortes pela covid.
Ao todo, 85% dos médicos também acreditam que a disseminação de fake news tem afetado negativamente o avanço da imunização no Brasil, seja minimizando os riscos da pandemia, dificultando o trabalho dos profissionais de saúde ou impulsionando tratamentos sem comprovação científica.